A Cápsula do Tempo de Cuité

Um acervo histórico representando a cidade de Cuité em 2018 foi “enpasulado” no subsolo do Museu do Homem do Curimataú (UFCG/CES/Cuité-PB), simbolizando as comemorações do 250º aniversário de fundação da cidade. A ação seguiu o espírito das tradicionais cápsulas do tempo, de reservar objetos que simbolizam épocas para serem encontradas por gerações seguintes. No caso da Cápsula do Tempo de Cuité, alguns historiadores e entusiastas da preservação e difusão da história e cultura local, organizaram um recipiente hermético para guardar memórias físicas da geração de 2018 para a geração de 2068, ano do 300º aniversário de fundação da cidade.

Em 17 de julho de 2018, Cuité completou 250 anos de fundação. Uma cápsula do tempo contendo um acervo físico de memórias de Cuité foi depositada no subsolo do Museu do Homem do Curimataú. O material ficará resguardado por 50 anos. A geração de 2068 será a guardiã desse tesouro histórico.

Cuité 250 anos: de 1768 a 2018

O projeto Cápsula do Tempo de Cuité, idealizado pelo historiador cuiteense Eliel Soares, consiste na preservação de um acervo simbólico de objetos históricos pudessem representar itens do cotidiano de Cuité em 2018.

A ideia envolveu manter esses objetos resgardados em uma câmara de vidro depositada no subsolo do Museu do Homem do Curimataú sem manuseio por 50 anos, até 2068 – aniversário de 300 anos da fundação de Cuité.

O material escolhido para o acervo repousa resguardado dos efeitos do tempo no subsolo da réplica do “antigo coreto de Cuité”, construída no pátio do Museu do Homem do Curimataú, até 2068, o 300º aniversário de fundação da cidade.

  • Versão original

A Cápsula

O recipiente que guarda o acervo é uma caixa de vidro. Foi construída pelas mãos do vidraceiro cuiteense conhecido por “Netinho da vidraçaria”. Dimensões: 1 m x 0,50 m x 0,50 m (largura x altura x profundidade); o vidro tem 6 mm de espessura. A caixa está protegida hermeticamente por bordas de alumínio e frisos de borracha.

O acervo

  • Documentos das principais instituições em funcionamento em 2018;
  • Em torno de 200 fotografias de ruas da cidade, de pessoas e de eventos acontecidos de janeiro a julho de 2018;
  • Mensagens escritas à mão coletadas nas escolas de Cuité e em diversos pontos da cidade;
  • 01 quadro pintado pelo cuiteense e artista plástico Célio Furtado;
  • Itens impressos com informações que revelam detalhes do nosso cotidiano em 2018 (materiais publicitários, panfletos, recortes de jornais etc);
  • Livros e alguns trabalhos acadêmicos e poemas;
  • Objetos diversos que representam Cuité no ano de 2018;
  • Objetos-chave que destravaram o acervo digital que será coletado pelo Scanner do Tempo; e
  • Itens diversos recebidos até a noite do dia 22 de setembro de 2018.

O Monumento

Para assegurar a preservação do material foi preparada uma câmara subterrânea em alvenaria, totalmente revestida em cerâmica e isolada a cerca de dois metros do chão por lajes de concreto e outros elementos protetivos. A escolha do monumento que resguarda a Cápsula também é uma homenagem de cunho histórico: a construção é uma réplica do coreto que na década de 1970 figurava a praça Barão do Rio Branco (hoje praça Cláudio Gervásio Furtado).

Os Guardiões do Tempo

Guardiões do Tempo” foram nomeados como protetores da Cápsula do Tempo de Cuité enquanto entes da sociedade civil. São seis jovens e crianças: Flora Albuquerque Venâncio Haus, Crisley Venâncio Marques, Iara Lays Santos Araújo, Ariston da Costa Farias Neto, Rayza dos Santos Azevedo e o mascote, que na data do encerramento da Cápsula, contava apenas 1 mês de idade, Guilherme Jardim dos Anjos. O projeto também conta com uma proteção legal que qualifica como guardiões da Cápsula o prefeito municipal e o presidente da Câmara Municipal dos Vereadores em exercício, bem como os seus sucessores, que ficarão responsáveis pela integridade do conteúdo e de toda a estrutura que compõe a Cápsula até 2068.

Cerimônias de abertura e encerramento da Cápsula

No dia 17 de julho de 2018, aconteceu a “abertura” da Cápsula em uma solenidade no Museu do Homem do Curimataú. Na ocasião, o projeto, o recipiente e o monumento foram apresentados ao público. A partir dessa data, iniciou-se a preparação e a catalogação do material do acervo.

Na manhã de domingo do dia 23 de setembro de 2018, depois da missa em comemoração à padroeira da cidade, por volta das 11h, foi feito o “encerramento” da Cápsula, onde a mesma foi depositada em sua câmara subterrânea durante uma apresentação especial e de grande público no Museu do Homem do Curimataú.

A data de 23 de setembro não estava na programação do projeto da Cápsula. A ideia original era que a descida do artefato ao seu local de repouso se desse no dia 17 de julho, mas, por força de imprevistos (ou da justiça divina), acabou acontecendo durante a comemoração anual à Nossa Senhora das Mercês, que segundo os registros históricos é a quem devemos a fundação da cidade e, quem sabe, a tudo que se sucedeu nessa terra a partir disso. Os documentos dão fé de que Caetano Dantas Correia doou as terras que deram origem à cidade de Cuité para a construção do “patrimônio da santa”. Nesse caso, querendo ou não, a intenção de homenagear a fundação da cidade acabou sendo feita com justiça aos dois responsáveis por ela. Em 17 de julho, a Caetano Dantas, pela assinatura dos papéis de doação das terras; e, em 23 de setembro, à Nossa Senhora das Mercês, que o inspirou.


Fotos


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